Até recentemente a cidade de Aveiro esteve de costas para o espaço lagunar. As marinhas e a Ria de Aveiro eram entendidas, sobretudo até à década de 80 do século passado, como espaços afetos à produção industrial. Pela produção de sal, pela apanha de moliço e pelo uso descuidado dos seus canais como condutores de águas residuais da indústria da região. Tudo mudou, entretanto, para melhor.
O edifício posiciona-se, agora, num local privilegiado de frente para a Ria, no limite poente da cidade. O plano de urbanização ‘Polis Aveiro’ decidiu qualificar a frente de água da cidade e definiu a volumetria e implantação deste edifício.
A volumetria levanta-se do solo para libertar o espaço público e antecipar o contacto visual com os canais. São três pisos habitacionais cintados por uma estrutura de betão branco que suporta os volumes de madeira e procuram a luz e a paisagem.
Espacialmente, o interior resolve-se a partir de duas circulações verticais que distribuem os apartamentos aos pares. Funcionalmente, o edifício encontra-se organizado em três camadas:
O piso térreo que define uma antecâmara na preparação para a entrada nas habitações. Os pisos habitacionais que se organizam orientando os espaços comuns para sul/poente e as marinhas, e os quartos para o quadrante contrário, mais sossegado. O piso da cave oferece um programa complementar com sala de condomínio e piscina interior voltada ao pátio.
CLIENTE
Santos Mártires Lda
AUTOR
Ricardo Vieira de Melo
COLABORADORES
Ana Silva, Daniela Melo, Filipe Coelho Rafaela Naia, Nuno Marques