Preservando a memória e a história a zona da Antiga Lota de Aveiro, o projeto honra a localização privilegiada como fronteira entre a cidade e a paisagem ímpar da Ria. No atual contexto climático, e atendendo à necessária consciência ambiental o território firme terá de se adaptar ao crescimento do território líquido, para o qual se propõe modelo de gestão que considera o lugar como ´Território Esponja’ – tornando Aveiro uma cidade mais sustentável e resiliente, cuidando da sua relação com a laguna, ampliando os planos de água, marina e canais em mais 3 hectares.
Os pilares centrais da intervenção são:
Energia, Ambiente e Identidade
Energia promovendo a sua produção e conservação, a economia circular e mobilidade suave elétrica e auto conduzida.
Ambiente como biodiversidade, poluição zero, sustentabilidade e silêncio.
Identidade valorizando a paisagem a memória e invenção, celebrando o pioneirismo aveirense – na ciência, na indústria, na gastronomia e nas artes.
Como território de paisagem, viabiliza-se e ativa-se a regeneração dos espaços naturais e artificiais que compreende este Território. Dos cerca de 10 hectares de terreno, as áreas verdes ocuparão 29%, prevendo-se a plantação de mais de 400 árvores e mais de 1.000 arbustivas propondo uma biodiversidade rica e estimulante. Os espaços pedonais semi-permeáveis tomarão 26% da área, celebrando o convívio, o contato com a natureza e o lazer. Do total, apenas 13% deste território será para implantar edificações. Água, luz e natureza serão atores dominantes.
De norte para sul a intervenção divide-se em 3 zonas – náutica norte, central, sul.
Para a zona náutica prevê-se em apoio à marina para 116 embarcações de várias classes e tipologias, 3 armazéns de apoio e recolha de embarcações, oficina de manutenção e reparação, torre de controlo e observação e um edifício de gestão administrativa. Frente à marina haverá um edifício de apoio comercial e serviços.
Na zona central prevalecem os usos de lazer e espetáculos, sendo o acesso automóvel condicionado. A Praça da Ria, a poente, será para esplanadas de restauração e bebidas. A Praça d’Artes ao centro está dimensionada para acolher espetáculos ao ar livre até 3.000 espetadores e a Praça Verde a nascente será para fruição da paisagem.
Um hotel de cinco estrelas junto à marina terá centro de conferências, ancoradouro privado e SPA. O edifício da antiga lota é reabilitado para comércio e restauração e um novo edifício terá espaços de investigação científica, co-criação, arte e interpretação ambiental. Completando o conjunto haverá 2 pequenos edifícios de coabitação, construídos em materiais sustentáveis NEB Zero.
A zona sul terá um parque longitudinal ao longo do canal a poente, habitações unifamiliares com cais privativo e edifícios de habitação plurifamiliar, totalizando 11.500m2 de construção. Pretende-se que seja uma área de silêncio e contemplação em contato próximo com o bairro da Beira-Mar e a cidade central.